sexta-feira, 30 de outubro de 2009

ARVORE GEANOLÓGICA

Mapa genético mostra que todas as pessoas estão ligadas umas às outras, diz cientista.
Veja os Comentários abaixo efetuados em setembro passado por Silvana Salles, jornalista.
Muito interessante, pois no final somos todos irmãos, conforme as escrituras sagradas e agora comprovadas.

Vicente Chagas
Outubro/2009.
Se a cor da pele, o sotaque e a forma como nos vestimos revela de onde viemos, os genes fazem o mesmo. E para mostrar que viemos todos de um mesmo ponto do globo, independente do país onde nascemos, da língua que falamos ou dos nossos costumes, uma equipe chefiada pelo pesquisador americano Spencer Wells desenvolveu uma espécie de mapa genético dos moradores do Queens, um dos distritos mais multiculturais de Nova York.

Wells, doutor em genética pela Universidade de Harvard, nos Estados Unidos, disse que o objetivo do projeto era mostrar que todas as pessoas estão ligadas umas às outras."O que mais me surpreende como cientista é que pudemos comprovar que todos nós viemos da África. Como espécie, saímos todos da África milhares de anos atrás", disse o geneticista. A teoria de que a humanidade saiu da África é amplamente difundida entre cientistas de diferentes áreas, como biólogos e arqueólogos. O mais famoso fóssil de um ancestral do ser humano já encontrado foi descoberto na Etiópia em 1974 e apelidado de "Lucy". A descoberta ajudou a consolidar a fama da região como "berço da humanidade".

"Acredito que esta pesquisa pode contribuir principalmente com o trabalho de arqueólogos e historiadores, que podem usar as informações para tentar explicar de onde viemos", completa o cientista.

Na pesquisa da Spencer Wells, a equipe de pesquisadores coletou 50 mil amostras de DNA de pessoas de mais de cem países e identificou alguns marcadores genéticos. Os cientistas mediram a ocorrência destes marcadores nas amostras. "Quando duas pessoas têm o mesmo marcador, isso quer dizer que elas tiveram um ancestral em comum", explicou o geneticista. Os marcadores mostraram que, no Queens nova-iorquino, alguns vizinhos eram descendentes de uma mesma linhagem antiga, que remetia à Europa, à Ásia, ao Oriente Médio e, por fim, à África.

No Brasil

O tipo de pesquisa realizada pela equipe do geneticista americano não é novidade. Há anos que o campo de estudo da genética humana mapeia linhagens a partir do DNA de voluntários.

Um trabalho semelhante ao de Wells já foi feito por uma equipe da USP (Universidade de São Paulo) na região do Vale do Ribeira, no sul do Estado de São Paulo.

Os pesquisadores da universidade mapearam o DNA mitocondrial de membros de dez comunidades quilombolas da região em busca de marcadores genéticos que revelassem ascendência africana, indígena e européia. Encontraram 51% de contribuição africana e 48% de contribuição ameríndia entre os indivíduos que participaram da pesquisa.
• A GRANDE ÁRVORE GENEALÓGICA
BASEADO NO PROJETO GENOGRÁFICO DA NATIONAL GEOGRAPHIC SOCIETY
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• O renomado geneticista Spencer Wells, cientista que lidera o Projeto Genographic, descobriu evidências em nosso DNA que o levou a uma teoria revolucionária sobre a nossa jornada pelo planeta. Trabalhando com cientistas através de múltiplas disciplinas, ele agora acredita que nossa caminhada dentro e fora da África - e também pelo globo - foram motivadas por uma força: mudanças drásticas no clima da Terra.
O Nat Geo visita um dos lugares de maior diversidade étnica no mundo, o bairro do Queens, em Nova York, para provar que todos os seres humanos têm antepassados em comum que depois seguiram caminhos diferentes. O Queens é um verdadeiro leque da espécie humana: aproximadamente metade dos seus 2,2 milhões de habitantes é estrangeira e no bairro são falados mais de 150 idiomas. A grande árvore genealógica mostra que a conexão entre eles vai muito além da vizinhança e que suas diferenças são apenas superficiais.
Spencer Wells, geneticista e explorador-residente da National Geographic Society, e a equipe do Projeto Genográfico colhem amostras de DNA entre os moradores do Queens para relacioná-los aos seus antepassados: os primeiros habitantes da América, os europeus e os habitantes do Sudeste Asiático, que foram os primeiros grupos a sair da África. Por meio de gráficos gerados por computador, o Nat Geo viaja milhares de anos no tempo para acompanhar as migrações e revela a linhagem de cada pessoa e os deslocamentos que foram sendo feitos até o lugar onde ela mora atualmente.
"O Queens é realmente um microcosmos. Tem gente de todos os lugares do mundo que mora na mesma rua", diz Wells, diretor do Projeto Genográfico - uma parceria da National Geographic Society com a IBM-, que tem como objetivo traçar ao longo de cinco anos um mapa da maneira como a humanidade povoou o planeta.
Com uma simples coleta indolor da mucosa da boca feita em uma feira de Rua no Queens se abre o livro de história genética que demonstra que todos os seres humanos de hoje descendem do mesmo grupo de antepassados africanos que, a partir de 60 mil anos atrás, foram seguindo caminhos diferentes, possivelmente devido às mudanças climáticas. Seus descendentes agora moram e trabalham a poucos metros de distância uns dos outros. Os resultados são surpreendentes e reveladores.
A grande árvore genealógica acompanha a equipe que coleta as amostras de DNA de 200 habitantes de Nova York, compartilha as expectativas de pessoas ansiosas para descobrir as suas origens e as revelações finais que precedem a "reunião familiar" semanas depois. Desta população é selecionado um grupo - uma garçonete, um professor, uma estilista, um funcionário municipal, um músico, um ator-modelo e uma mãe - para contar suas experiências e mostrar como as pessoas que compõem este caleidoscópio estão ligadas. O projeto também revela a história da humanidade: quem somos, de onde viemos e como chegamos ao lugar onde estamos hoje.
Muitos moradores do Queens se surpreendem ao saber que sua etnia aparente não reflete necessariamente suas raízes ancestrais. Eles descobrem que, quando seus antepassados povoaram o mundo, se adaptaram a climas diferentes e mutantes, provocando variações físicas que foram evoluindo à medida que eles migravam pelo mundo.
Nos últimos quatro anos, Spencer Wells e a equipe internacional do Projeto Genográfico visitaram todos os cantos do mundo, recolhendo e analisando amostras de DNA de diversas populações para a pesquisa. Com vários anos de estudo pela frente - mais de 350 mil pessoas do mundo todo já participaram - o projeto oferece a imagem mais detalhada que já se teve até agora da variação antropológica e clareia a história genética e migratória do ser humano, o que permite compreender melhor as conexões e as diferenças da espécie humana

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